AS FESTAS BÍBLICAS E A IGREJA
A bíblia apresenta nossa entrada na terra prometida marcada por um grande casamento entre Yeshua e sua noiva, porém o “contrato de casamento”, nossa Ketubá, determina que Ele virá buscar uma noiva ataviada, preparada para lhe encontrar, sem ruga, nem mácula. Um casamento poderia deixar de acontecer se houvesse descumprimento da Ketubá por uma das partes. Foi assim que D’us determinou.
Efésios 5.25 – Yeshua está vindo para buscar uma noiva gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Enquanto Ele olha para a noiva, a vê linda, saudável, próspera em todos os seus caminhos e desfrutando do preço pago por ela.
Ele a vê nova – sem ruga –, independente da idade de suas células, pois se renovam a cada dia. Note que os “velhos” – de mente velha, incrédula, agarrada ás tradições da velha vida no Egito – não entraram na terra prometida, somente seus filhos – os jovens –, mas Calebe também entrou, pois cria e seu espírito era jovem independentemente de sua idade avançada – 85 anos – (Josué 14.10.11).
As festas bíblicas SÃO – não ERAM, mas SÃO – sombras de coisas vindouras (Colossenses 2.16), não deixaram de existir no contexto da Nova Aliança, pois agora é que a revelação de todo mistério nos chegou ao entendimento através do Espírito Santo em nós – sabemos que o Corpo que provocou no passado e provoca hoje essa sombra é o do nosso Messias Yeshua. Tudo o que Yeshua fez e hoje faz e opera em nós, aconteceu e acontece de acordo com as festas estabelecidas por D’us na Torá. Elas falam de nosso crescimento e maturidade espiritual ao mesmo tempo fala da obra que Yeshua fez por nós e ainda das que Ele fará.
A Igreja, no primeiro século, tanto gentios quanto judeus, praticavam e incitavam a prática das festas (I Coríntios 5.8) com todo o entendimento e revelação que vinha do Espírito Santo, por isso era uma igreja madura, modelo para nossa igreja de hoje, enquanto poderíamos e deveríamos estar muito além da mesma.
O nome cristianismo dado à seita do caminho ou os nazarenos – discípulos de Yeshua (nós) – foi dado por Inácio de Antioquia em 132 d.C. Constantino, em 312 declara que essa, agora, religião seria a oficial de seu império e, no concílio de Nicéia se inicia a abolição das tradições judaicas que existiam na igreja. Em 590 d.C, o Papa Gregório condena como cúmplice da morte de Cristo qualquer que tivesse ou usasse algum símbolo judaico. Marcião deu início à idéia de que as Escrituras, utilizadas antes de Cristo eram velhas, arcaicas e deu-lhas o nome de “Velho Testamento”. Daí vem a idéia de que o Velho Testamento é história, somente usado para confirmar o novo, quando deveria ser o contrário. No concílio de Antioquia (341 d.C) a primeira festa foi abolida, a Páscoa, porém todas as outras estão ligadas à ela, abolindo-a, abolem-se todas. É interessante notar que à partir deste século deu-se início a uma geração que recebia Jesus “goela abaixo”, enfiados na Igreja sem nem sequer passaram pela experiência do novo nascimento.
Mas, se tudo aconteceu de acordo com essas festas, no mínimo precisamos observar seus princípios para entendermos nossa vida com D’us, nosso estágio de crescimento e maturidade na fé, a “temperatura” espiritual pela qual estamos passando esses últimos dias, onde estamos, onde deveríamos estar. Isso até chegarmos à estatura de varão perfeito, à medida da estatura da plenitude do Messias (Efésios 4.13).
Em Levíticos 23 temos ordenação das 8 festas fixas do povo de D’us: O Shabat – Sábado (v.3), Pessach – Páscoa (v.5), Matzot – Pães azimos (v.6), Bicurim – Primícias (v.10), Shavuot – Pentecostes (v.15,16), Rosh Hashanah – Trombetas (v.24), Yon Kipur – Dia da expiação (v.27) e Sucot – Trombetas (v.34).
Algumas festas falam da obra de sua primeira vinda, de seus sofrimentos como Messias Ben Yosef outras de sua segunda vinda, as quais podemos chamar de Messiânicas, pois apontam Yeshua como o Messias Ben David, falando de sua glória e da glória dos filhos de D’us.
Há três festas “âncoras” durante este período de sete meses, que falam de nossa salvação, da plenitude do Espírito em nós nos transformando e amadurecendo e de nossa habitação eterna com D’us numa terra transformada. Estas são as principais festas:
PESSACH – PÁSCOA
Celebrada no primeiro mês do ano bíblico e judaico (Nissan), no dia 14 desse mês á tardinha (Lv 23.5).
Como a Ceia do Senhor, que teve sua origem no Pessach, Pessach é um memorial do dia em que Israel saiu dos domínios do Egito para servir a D’us no deserto em direção à terra prometida. Naquele dia veio juízo sobre o Egito, a morte dos primogênitos – Romanos 6.23 diz que o salário do pecado é a morte –, porém a Israel nada aconteceu, pois D’us havia estabelecido e aceitado o sacrifício de um cordeiro pascoal no lugar de seus pecados, desviando seu juízo e sua ira de sobre os filhos de Israel.
Da mesma forma fomos livres do império das trevas e transportados para o Reino do Filho Amado de D’us (Colossenses 1.13).
A Palavra declara que, naquele dia, dos israelitas que saíram do Egito, não se contou nenhum enfermo, doente ou manco. Também não saíram de lá miseráveis, porém cheios de riquezas. Gálatas 3.13 nos diz que o Messias nos livrou da maldição da lei – maldições pelo não cumprimento da lei (enfermidade, miséria, morte – são descritas em Dt 28) – fazendo-se Ele mesmo maldição por nós. Ele é o nosso cordeiro pascoal.
Há muitas realidades que agora são nossas por estarmos no Messias, porém o propósito de D’us não é que continuemos parados em Pessach. Ele mesmo criou nosso tempo (Moed, no grego, Chronos), que corre a cada milésimo de segundo, nos levando às Festas (Moadim – mesma raiz de “estações”, em hebraico). Sua vontade é que TODOS sejam salvos e CHEGUEM AO PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE (I Timóteo 2.4). A vontade de D’us é que amadureçamos.
É importante lembrar que após Pessach, no dia seguinte já se começa a festa dos pães azimos (Matzot), onde se celebravam sete dias comendo-se somente pães sem fermento. Isso nos ensina que após nossa salvação precisamos tirar todo embaraço, todo peso, todo fermento que nos atrapalha de seguir em nossa nova vida (Hebreus 12.1ss).
SHAVUOT – PENTECOSTES
Celebrada no 3º mês (Sivã), no terceiro dia. O número 3 em hebraico fala de mudança – a Palavra de D’us muda o homem.
Em Shavuot a Palavra de D’us, Escrita por D’us, foi entregue aos homens por mãos de Moisés. Sempre que se celebrava Shavuot, se celebra a entrega da Torá aos filhos de Israel.
Em Shavuot, o Espírito Santo desceu pela primeira vez para habitar dentro dos homens (Ezequiel 36.27; Jeremias 31.33), era o cumprimento da profecia da Nova Aliança, a Torá dentro dos homens, que agora eram filhos de D’us. Era uma nova linguagem. Daí o sinal profético de, então, falarmos em outras línguas.
A Palavra nos ensina a edificarmo-nos na fé (fidelidade, crença) orando no espírito, ou seja, em outras línguas. Shavuot fala da plenitude do Espírito de D’us em nós, que nos revela todas as coisas. Não precisamos mais de um legalismo sobre nós, nos oprimindo a todo instante. O Espírito nos conduz e nos guia em todas as coisas em obediência e ao mesmo tempo em paz.
É importante nos lembrarmos que, após Shavuot, vêm mais duas festas importantes antes da última e mais importante festa (Sucot – Tabernáculos), que são Rosh Hashaná – Trombetas, que é o prenúncio da vinda do noivo no casamento hebraico (é o tempo em que agora estamos) e Yon Kipur – Dia da Expiação, que é o dia do arrependimento profundo – tempo em que podemos nos arrepender pelos pecados de nossa nação, região, país, por nós mesmos, nossa família e interceder por todos diante de D’us. A Palavra declara em Zacarias 12.10 um Yon Kipur que acontecerá quando o Messias Yeshua for revelado em sua glória a Israel. Será o tempo em que prantearão por Ele, chorarão amargamente como quem chora pelo primogênito e então “todo Israel será salvo”, isto é, os remanescentes fieis.
SUCOT – TABERNÁCULOS
Celebrada no 7º mês, aos 14 do mês, à tarde.
Saímos de nosso conforto e pseudo segurança e habitamos em tendas frágeis, feitas de ramos de palmeiras.
Inicialmente um memorial para Israel de que habitou em tendas no deserto.
É um memorial de que somos tendas frágeis, mas, por causa de Quem hospedamos dentro, somos, na verdade uma fortaleza, pois o Poder de D’us se aperfeiçoa na fraqueza.
Sucot fala de hospitalidade. Pela hospitalidade, Abraão hospedou o SENHOR em sua tenda (sucat) e foi hospedado por D’us em seu Reino.
Sucot nos lembra de que a terra é provisória e que pertence ao Senhor, não a nós. Somos hospedados por Ele aqui na terra. Por isso, precisamos repensar tudo o que fazemos, pois somos como que estrangeiros em sua casa.
Na tenda de D’us – Reino de D’us – a provisão vem toda da sua casa, da sua tenda. A provisão vem Dele. Não devemos viver preocupados com o que havemos de comer e vestir. Yeshua disse: “Não andeis ansiosos por nada, nem pelo que haveis de comer, nem pelo que haveis de vestir (Mateus 6.25); busquem em primeiro lugar o Reino de D’us e a sua justiça, e as outras coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6.33)”. É um nível muito elevado de amadurecimento quando pensamos assim.
No Reino de D’us a atitude contínua é: “Seja feita a tua vontade assim na terra como nos Céus” (Mateus 6.10).
Ao mesmo tempo somos pequenos sucat do Espírito Santo de D’us. Como Abraão, que hospedou a D’us em sua sucat e, ao mesmo tempo, era hospedado por Ele.
Sucot é também uma festa escatológica, messiânica, pois fala de nossa habitação eterna nesta terra, que será transformada, redimida de toda maldição, para nela habitarmos, também, então, num corpo glorificado, um tabernáculo celestial, que receberemos na revelação do Messias;
Isaías 4.1-6 – “Sete mulheres naquele dia lançarão mão dum só homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos de nossos vestidos; tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio (Yeshua tirou nosso opróbrio e se noivou conosco antes de subir às alturas – não somos mais desprezados como antes, temos a promessa do casamento, das bodas do Cordeiro, então descritas neste capítulo de Isaías). Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. E será que aquele que ficar em Sião e permanecer em Jerusalém, será chamado santo, isto é, todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém; Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das filhas de Sião, e tiver limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o espírito de justiça, e com o espírito de ardor. E criará o Senhor sobre toda a extensão do monte Sião, e sobre as assembléias dela, uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo flamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um dossel (Hebraico = חפה – Chuppah). Também haverá de dia um pavilhão para sombra contra o calor, e para refúgio e esconderijo (tabernáculo, Sucot) contra a tempestade e a chuva”.
Amós 9.11 – “Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo de Davi, que está caído (o sonho e a preocupação com uma habitação para o Senhor, para que Ele more no meio do seu povo, como o centro da casa, o trono, a autoridade maior), e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e as reedificarei como nos dias antigos” (nos dias antigos, vinham gentios de todas as nações para celebrarem ao Senhor no tabernáculo de Davi. Isso mostra que D’us quer comunhão com todos os homens, seu propósito é para todas as nações da terra). Observe que, quando Salomão edificou o templo, ele orou ao Senhor:
“Assim também ao estrangeiro, que não é do teu povo Israel, quando vier de um país remoto por amor do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço estendido, vindo ele e orando nesta casa, ouve então do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te suplicar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei” (II Crônicas 6.32,33);
Zacarias 14.16 – “Então todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos exércitos, e para celebrarem a festa dos Tabernáculos” (Sucot). Note que, no milênio, de ano em ano, os remidos entrarão em Jerusalém para celebrar a festa dos Tabernáculos e, nunca mais nos esqueceremos de que um dia fomos escravos e habitamos em tendas tão frágeis, mas então o Senhor nos deu nova morada. Tudo é Dele, por meio Dele e para Ele. Glória, pois a Ele ETERNAMENTE, Amém!
Jaime Magalhães Sepulcro Júnior - Banda Zoe 777 - Aluno Abba
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