A cosmogonia trata da origem e da evolução do universo, ou seja, sua função é descobrir como surgiram a terra e os demais planetas e astros.
Vamos ver como as pessoas da antiguidade encaravam a questão da origem do universo.
a) Acadianos, sumérios e babilônios
Os povos que habitava a antiga mesopotâmia, elaboraram uma teoria composta entre o terceiro e o segundo milênio antes de Cristo diz que os deuses travaram batalhas com as forças desagregadoras. Destas lutas teriam surgido os céus, a terra, o mar, os animais e o ser humano.
b) Gregos
Mais desenvolvidos cientificamente que os povos da antiguidade, tiveram vários filósofos com diferentes posicionamentos.
* Anaximandro – ensinava que o mundo teve origem de uma substância indefinida: apeíron, em grego, sem fim.
* Tales de Mileto – segundo ele tudo veio da água. Foi levado a ter este posicionamento depois de verificar a presença da água em todas as coisas.
* Anaxímenes de Mileto – afirmava ser o ar o princípio de tudo. Argumentava que tudo dependia do ar ( fogo, água em estado gasoso...).
* Heráclito – argumentava estarem as coisas em constante devenir. Tudo corre, tudo flui ensinava. O cosmo transmuta-se constantemente.
* Empédocles – cria nos quatro elementos originais: ar, água, fogo e terra. Mais tarde esta tese seria empossada por Aristóteles.
*Anaxágoras – o universo é formado por partículas diminutas – podem estar em estado animado ou não. Aristóteles chamou estas partículas de homeomerias.
* Leucipo – afirma que todas as coisas (inclusive a alma) são compostas por corpúsculos invisíveis a olho nu. Chamou tais corpúsculos de átomos que, em grego, significa: aquilo que não pode ser dividido. Hoje sabemos que a fusão do átomo é possível.
* Pitágoras de Samos – Devoto da matemática, apontava Deus como a Grande Unidade e o Número Perfeito. Deste Número Perfeito, ensinava, originou-se tudo o que existe.
* Xenófanes – Era monoteísta e desprezava a mitologia helena. Cria ser o universo obra de um Deus único e verdadeiro. É um dos poucos gentios a ter uma concepção quase perfeita com relação ao criacionismo bíblico, embora ignorasse a existência das Escrituras.
c) Outros
* Os índios da América do Norte – a matéria original do universo é a própria terra.
* Maias – uma criação em três partes: primeiro Hunab, o deus único, cria-se a si mesmo. Em seguida, ele fez os céus e a terra. Na última parte, Hunab misturando terra e água forma o primeiro homem. Os maias consideravam a terra e a água as matérias primas do universo.
* Os índios brasileiros – dois deuses criadores: Monã, criador do céu, da terra e dos animais; e Amã Atupane (provavelmente Tupã), criador do mar. Os jesuítas consideravam Amã Atupane a mais correta idéia de deus dos nativos desta parte do continente americano.
c) O que a Bíblia diz acerca da matéria prima original
No que diz respeito à matéria prima original os hebreus destoam totalmente dos demais povos. Não se ocupavam da cosmogonia. Criam firmemente que “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Não diz o Pentateuco (a Torah) que a terra e os céus foram chamados à existência a partir da Palavra de Deus? Por que se ocupar de uma matéria eterna se a eternidade é um atributo exclusivo do Todo Poderoso?
O autor da epístola aos Hebreus escreve: “Pela fé entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11:23)
Significa que Deus criou o universo ex nihilo, ou seja, a partir do nada. Foi o que Paulo quis deixar bem claro aos filósofos epicureus e estóicos quando de seu discurso no Areópago de Atenas: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele existe...” (Atos 17:24).
Charles C. Ryrie, renomado teólogo diz: “ Criatio ex nihilo. Esta frase significa que ao criar, Deus não empregou matérias primas preexistentes. Indica-o Hebreus 11:3 bem como o relato de Gênesis 1. Antes de seu Fiat criativo, não havia outra classe de existência fenomenológica. Isto exclui a idéia de que a matéria seja eterna. Criatio ex nihilo é um conceito que ajuda, desde que entendamos o seu real significado. Ou seja: que entidades físicas foram criadas dos recursos não físicos da onipotência de Deus”.
A partir desta perspectiva torna-se muito mais fácil e emocionante estudar a geografia das terras que serviram de cenário à História da Salvação.
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