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Macabeus, sua história, conquistas e a Festa de Chanuká (Dedicação)

Maria Dolores Moreira

Alexandre, o Macedônio, após vencer Dario rei dos persas e dos medos tornou-se rei em seu lugar e a partir de então empreendeu numerosas guerras avançando às extremidades da terra submetendo assim nações, províncias e soberanos os quais se tornaram seus tributários.
Depois disto Alexandre adoeceu e percebendo que iria morrer convocou seus oficiais e nobres que com ele conviveram desde sua mocidade e repartiu entre eles seu império. Cada qual se apossou do que recebera e sucessivamente seus respectivos filhos.
De um deles originou Antíoco Epifanes. Este quando se viu consolidado em seu trono, resolveu também apoderar-se do Egito a fim de reinar sobre dois reinos, travou batalha contra Ptolomeu o qual recuou e fugiu. Vencendo porém o Egito no ano 143 AC, em sua volta subiu contra Israel e Jerusalém.  Entrou porem com arrogância no Santuário e tomou seus utensilios sagrados, partindo assim para seu país. Por este motivo um grande clamor foi levantado em toda nação de Israel.
Logo em seguida o rei Antíoco IV visando a unidade de seu império prescreveu a toda sua área de domínio que todos se tornassem um só povo renunciando assim às suas crenças e práticas religiosas incluindo assim toda nação de Israel. Ele impôs aos judeus praticas pagãs desfazendo assim acordos feitos por antecedentes seus ao povo judeu.  Quem não assim obedecesse incorreria em pena de morte. Muitos da casa de Israel aderiram a esta ordem.
No décimo quinto dia do mês de casleu no ano 145 AC, o rei obrigou construir no altar dos holocaustos a abominação da desolação que era um altar a fim de cultuar a Zeus o deus olímpico e também ordenou que todos os livros da lei fossem lançados ao fogo. No dia 25 de cada mês era obrigatório levar sacrifícios a Zeus. Quanto as pessoas que insistiam em manter os princípios da lei como no caso da circuncisão, tais eram mortos em praça publica juntamente com seus familiares.  Mesmo com tudo isto muitos israelitas se mantiveram firmes não se contaminando, mantendo a Aliança Sagrada pagando assim com suas próprias vidas.
Foi nestes dias que se levantou Matatias, sacerdote segundo a linhagem de Joiarib, este tinha 5 filhos sendo um deles chamado Judas conhecido como Macabeu.  Estes foram procurados pelos emissários do rei Antíoco, com a proposta de aderirem às ordenanças do rei e conseqüentemente serem contados como amigos dele e presenteados com prata e ouro. Matatias e seus filhos negaram a proposta do rei declarando que eles e sua nação não se renderiam, mas conservariam a aliança Sagrada feita com o Deus de Israel.  
Depois disto Matatias se reuniu com todos que não se submeteram as ordenanças do rei Antíoco e lutou contra ele obtendo vitória em todas as suas lutas auxiliando eles o Senhor. 
Com a morte de Matatias, Judas Macabeu assumiu seu lugar, juntamente com seus irmãos e aqueles que haviam aderido ao exercito de seu pai. Eles pelejaram com alegria os combates de Israel e estendeu a gloria do seu povo. Seu exército recebeu o nome de Macabeus.
            Judas Macabeu, após obter tão grandes vitórias com a ajuda do Senhor Deus de Israel sobre os generais do exército de Antíoco, persuadiu os judeus a irem a Jerusalém dar graças a Deus, purificar o Templo e oferecer sacrifícios. Quando lá chegaram, no entanto, encontra­ram as portas queimadas e os muros cheios de mato, o qual havia crescido durante aquele período de inteiro abandono. Tão grande desolação arrancou suspiros do coração e lágrimas dos olhos de Judas. E, depois de ordenar que uma parte da tropa sitiasse a fortaleza, pôs mãos à obra para purificar o Templo.
Fez-se tudo com o máximo cuidado, escolheu sacerdotes sem mácula e observantes da lei os quais purificaram o lugar Santo . Judas colocou nele um candelabro, uma mesa e um altar de ouro, completamente novos. Mandou colocar também portas novas e cobriu-as com cortinas. Depois destruiu o altar dos holocaustos, porque fora profanado, e mandou fazer um novo, com pedras que não houvessem sido trabalha­das a martelo. No dia vinte e cinco do mês de quisleu, que os macedônios chamam apeleu, acenderam-se as luzes do candelabro, incensou-se o altar, colocaram-se os pães sobre a mesa e ofereceram- se holocaustos sobre o novo altar.
Isso se deu no mesmo dia em que, três anos antes, o Templo fora indignamente profanado por Antíoco e abandonado, no dia vinte e cinco do mês de apeleu, no ano cento e quarenta e cinco, e na Olimpíada cento e cinqüenta e três. A renovação ocorreu no mesmo dia do ano cento e quarenta e oito e da Olimpíada cento e cinqüenta e quatro.
Aqui nasceu a festa de Chanuká
Judas celebrou durante oito dias com todo o povo, por meio de solenes sacrifícios, a festa da restauração do Templo, Eram festins e banquetes pú­blicos. O ar ressoava os hinos e cânticos que se elevavam em louvor a Deus, e a alegria de se ver, depois de tantos anos, quando menos se esperava, a res­tauração dos antigos costumes hebraicos. Foi determinado realizar-se todos os anos aquela festa, duran­te oito dias. Chamaram-na festa das luzes porque essa felicidade foi como uma luz agradável que dissipou as trevas depois de longos sofrimentos.
O nome desta festa em hebraico é “Chanukah”, hoje traduzido como “Dedicação”, originalmente, é resultado de um acróstico de palavras que a formam: CHANU – Que significa “Descansaram” e KAH – Que corresponde as letras “Kaf” e “Hei’, que formam o algarismo do número “25”. Isto porque, após longo período de luta, contra o exercito de Antíoco Epifânio, os israelitas descansaram no dia 25 de quisleu, data em que reconquistaram o Templo e deram início a sua restauração. A palavra acabou por adquirir um campo lexical mais abrangente, podendo ser traduzida, atualmente, como dedicação, devido ao entorno de acontecimentos ligados a ela.
A Festa de Chanukah também é conhecida como “Festa das Luzes” ou “Sucot de Kislev”. Este último se deve ao fato de que naquele ano os judeus não puderam celebrar a Festa das Cabanas, por estarem em plena guerra. Sendo assim, ao término da revolução, com mais de dois meses de atraso, eles celebraram Chanukah com Lulav (Espécie de ramo usado em Sucot) nas mãos, num gesto memorial, já que, igualmente a Sucot, Chanukah também é comemorada ao longo de oito dias.
Esta festa que nós ocidentais chamamos de Dedicação não teve como origem um mandamento bíblico como a festa de Pentecostes, mas vemos o Messias Jesus participando dela em Jo 10:22, provando com misto que ele considerou as tradições de seu povoe e que se tratava de uma festa aprovada por ele.
Principal costume da Festa de Chanukah é o de se acender a CHANUKIAH, uma espécie de candelabro de nove candeias, o qual acende uma de cada vez, ao longo dos oito dias de festa, seja em casa ou na sinagoga. Com a vela piloto, que se chama de Shamash (servo), também chamada de nona vela, e que só usa para acender as demais oito velas que cumprem a prescrição, ilumina a chanukiah, acendendo uma vela a mais por dia, até que, ao oitavo dia, todas as velas estejam acesas.
O papel da chanukiah é trazer a lembrança do milagre de chanukah, quando, o óleo usado para acender a menorah, que deveria durar apenas um dia, milagrosamente, perdurou por sete dias a mais que o normal, permitindo aos sacerdotes ter tempo hábil para fabricar um novo óleo. O acendimento da menorah, deveria ser o primeiro item no processo de purificação do templo que se iniciou no dia 25 de quisleu de 165 a.C.
Até hoje, em função disto, na noite do dia 25 de quisleu, se acende com o auxilio do Shamash, a primeira das nove velas da chanukiah, que deve estar posicionada perto da porta de entrada da casa ou na janela, em lugar visível. Noite após noite, o shamash cumpre fielmente sua tarefa de acender as luzes. A cada noite, ele dá as boas vindas à recém-chegada e a coloca em seu lugar de direito, na fileira crescente: duas chamas, três chamas, quatro chamas. O shamash as induz à vida, e então fica de guarda, temendo que alguma vacile e precise de um novo impulso de luz.
Mesmo assim, o shamash não conta. Embora seja um doador de luz para os outros, nunca atinge o status de uma luz de Chanukah em si mesmo. Apesar disso, o shamash eleva-se sobre todas as outras luzes da menorá. Priva-se de seu próprio potencial de iluminação para despertar uma chama em outros,não há virtude maior que essa. Esta é a grande necessidade do mundo.

Tal vela chamada servo é comparada com Jesus, ele é nosso maior exemplo de alguém que abdicou de sua própria luz para iluminar a outros.

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